segunda-feira, 13 de agosto de 2007

POR QUE ESCREVEMOS?

Por que escrevemos? Será mera necessidade de explicar o que a nossa língua não permite ou será, na solidão, uma forma de conversar sozinho? Não sei por que eu escrevo. Tampouco sei por que essa compulsão de textos bate a minha porta e pedem publicidade em um fotolog que (atualmente, pois nem sempre será assim...) relativamente vazio e tido como uma perda de tempo por muitos. Uma perda divertida a meu ver. Pelo menos para mim....

Mas nem tudo nessa vida se explica. Alguém pode me explicar a tristeza dos dias chuvosos? Por que eles são tão tristes? Serão dias que acordam magoados com algo? Serão corações partidos que derramam lágrimas neste mundo de seres diminutos? Serão consolo para conosco? Lágrimas derramadas por um mundo que chora pela maldade humana? Dias que choram são inexplicáveis.

Escrever também é inexplicável, é remédio para alma. Remédio com doses certas. Se tomarmos um pouco, parece que ficamos com uma dúvida sobre nós apontando para um vazio não identificado dentro do corpo textual. Se tomarmos demais, parece que fizemos uma baderna, uma desordem, um ser estranho como um ogre. Se tomarmos o remédio errado, ficamos mal e (uma observação importante) acabamos tristes, tristes, tristes. Se tomarmos o remédio certo, então atendemos a essa nossa necessidade de conversarmos com o papel (ou com o Word neste mundo tão estranho....) e expormos o que quisermos.

Falemos de política, de esporte, de cultura, de sentimentos, de romances, suspenses, mas acabamos falando. Respondemos a perguntas que ninguém fez, falamos quando ninguém pediu para escutar, tomamos a palavra sem pedir e para universos variados expomos nossas filosofias e pontos de vistas particulares.

Estes dias que choram, estes papeis que falam e estes pensamentos que me atacam são igualmente misteriosos, como ontem disseram que eu sou. Quem escreve pode ser misterioso? Sempre pensam que escrevemos sobre nós. Pensam que nossos poemas são experiências vividas. Engana-se: Quem escreve não faz auto-biografia, quem escreve é repórter por natureza e por excelência. Recebe poderes para escrever sobre o que lhe apareça. Os corações partidos e as alegrias dos poemas nem sempre são do escritor; podem ser o do melhor amigo, do rapaz da padaria, dos personagens fictícios, do filme da semana passada, ou o seu que lê agora. Por que escrevemos? Por que?
(Este texto foi escrito diretamente de Bay Smooth, onde o rio corre ao som de John Mayer, a noite chora levemente e o vento sopra o clima de montanha...)

2 comentários:

Anônimo disse...

Iniciei por vezes esse comentário, e achei que não ia sair. Você escreveu o texto no qual tenho pensado há meses. E isso comprova que o porquê de escrever não tem resposta, afinal é o escape de alguns de nós. Um certo refúgio. O mundo da idéias é mais confortável, é mais acolhedor, é sem limites. Os textos de fato não são auto-biografias e, nem sempre experiência muitos bem apalpadas. Mas, tentativas de traduzir a vida acontecendo.

O que há dentro de mim nesse momento é mais do que escrevi aqui. Mas, por hora, me despeço.

Belíssima descrição...!
E ouça: "And that's what hurts"

Anônimo disse...

O fato de escrevermos e uma maneira de demostrar nossos pensamentos , sentimentos , o momento.
Pensamentos que as vezes nao podemos dizer porque poderiamos magoar alguem , sentimentos que temos medos de perder e sem coragem de arriscar e ganhar ou o momento que se tem uma necessidade de expressar e como tem se a ausencia e uma otima maneira.
Feliz tambem aquele que sabe expressar dessa forma,na escrita, que tem como imaginacao "será quantos leram o meu pensamento, sera que tal pessoa leu ?!? , o que sera que pensou ?!?"
Nunca deixe de escrever porque é um dom que Deus te deu e dons de Deus sao uma bencao.
Esses sao meus pensamentos a respeito.
Sempre leio suas escritas!!!
E agradeco por me fazer pensar sobre assuntos as vezes tao esquecidos.
=)