sexta-feira, 18 de julho de 2008

O GRANDE PRESENTE

Recentemente escrevi esta mensagem para dizer em um aniversário:

Em aniversário não há nada tão bom como ganhar presentes. Alguns dizem que são os amigos, “é a presença de todos vocês”, “vocês são meus presentes”, “oras, não precisava!”. Na verdade simulam com uma interpretação dramatúrgica.

O que importam são os presentes, que de todos tamanhos, cores e tipos, que vêm entrando pela porta a espera de seu destinatário. Em um seriado televisivo o protagonista dizia que “presentes são apenas a demonstração de quanto não se conhece a pessoa.” Talvez sim, mas nos moldes atuais do mercado de consumo, o prazo de troca, bem como os vales-presentes, faz com que qualquer presente seja adequado o suficiente para o presenteado.

Vejam as crianças que efusivamente nos recebem a porta de seus aniversários. Pulam, saltitam e cintilam seus olhos em busca do embrulho. Eles são terrivelmente sinceros quando na espera de um brinquedo recebem... um par de meias. Chegam a imaginar se os adultos um dia foram crianças, tal a falta de sensibilidade aos seus anseios pueris!

Mas os presentes carregam em sai algo muito mais forte, que transcende as representações materiais e que ninguém pode nos dar, exceto Deus. Carregam em seu nome um tesouro que muitas vezes queremos ignorar, burlar, despistar como se fosse possível. Esta dádiva é o “presente”, tempo no qual vivemos exatamente agora e que tem a força de mudar o rumo de nossas vidas. É poderoso e esta adormecido, com muita energia e coragem podemos fazê-lo o primeiro dia de nossas conquistas, o primeiro passo de nossas caminhadas, um marco de nossas vitórias.

Talvez a melhor representação sobre o presente seja o filme Forest Gump, em que o personagem decidia, sem muitos procedimentos, começar algo novo. A frase eternizada que ecoa em nossas mentes de “Run Forest, run!” (Corra Forest, corra!) é o jargão para todos aqueles que anseiam por longas caminhadas.

Este certamente é o passo mais doloroso, mais difícil, mais pesado, porém o mais importante. É no presente que se começa a construir um futuro. Todo livro tem uma primeira palavra. Toda partida de futebol tem o primeiro toque. Todo pacote tem a primeira bolacha!

Já disse em verso o que tentamos explicar em prosa o poeta desconhecido:

"A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE e
tem a duração do instante que passa.
Desconhecido

Por isso, aproveite o presente para ser exatamente aquilo que Deus te chamou para ser com o gingado que a vida merece. Se tiveres de ser dura, que seja; se for chamada a dançar conforme a música, que possa valsar da melhor maneira.

Mas sempre sendo exatamente aquilo para o qual Deus te chamou a ser. Ele lhe presenteou com o hoje, para que construas o amanhã melhor, mais digno, mais bonito. Aproveite-o bem!


Boa noite!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

23 ANOS...

Estou ficando velho. Tenho 23 anos e sei que esta frase soa como uma ofensa perante o pessoal da década de 70, 60... Mas cheguei a esta frustrante conclusão. Por um momento, todos com quem converso desconhecem Thundercats, Saltimbancos, Indiana Jones...
Minhas músicas são de velhos. Enquanto a enxurrada do gueto americano rola na rádio da moda, eu sou alvo de chacota ao dizer que gosto de jazz. E quando digo que gosto de Belchior?! Sou execrado das rodas de música.
Não tenho ninguém para discutir sobre os fascinantes episódios de Roque Santeiro, Pantanal, Vamp. Ninguem assistiu estes épicos. Só falam sobre mutantes, caminhos do coração, high school music...
Minhas referências futebolísticas começam a ficar atrasadas. Estes dias tive de escutar um palmeirense dizer: "quem é esse tal de Edmundo que o Palmeiras está contratando?" Poxa... o cara foi um dos maiores goleadores em atividade na última década, defendeu a seleção, fez dupla com Romário, é o recordistas de gols em um só jogo pelo Campeonato brasileiro. E ainda fazem este tipo de pergunta?! Imagine só...escutei a mesma pergunta, mas mudando o jogador: "quem é esse Túlio Maravilha?"
Já não sei se são minha companhias ou minha idade. A impressão de que o tempo passa parece ter um efeito maior sobre mim. Me peguei lendo Castro Alves, dias atrás. Quem lê Castro Alves hoje em dia?
Já não sei o que se passa na TV. Crianças vêm me mostrar álbuns de figurinhas sobre desenhos que nunca vi. Acho que não sei sobre programação infantil porque estou velho, mas ainda não tenho filhos. Pensando por este lado, nem estou tão velho assim.
E de certo modo, penso que possa ser o contrário. Talvez esteja em companhias de pessoas novas demais, pessoas velhas demais, mas quase ninguém que recorde bem (cumulativamente) de Túlio, Roque Santeiro, Thundercats e musiquinha dos Saltimbancos...